quinta-feira, 28 de abril de 2011

6º Dia ( terça feira 19/04/2011 )

Merzouga – Tinerhir – Boumalne Dadès – Gorges du Todra - Gorges du Dadès – Vallé du Dadès – Ouarzazate

O dia começou para alguns de nós muito cedo, mesmo antes do nascer do Sol, pois tinham marcado um passeio de camelo até às dunas para ver o nascer do Sol.

6h30 foi a hora combinada para este passeio, e pelo relato a experiência foi fantástica e única.

Outros preferiram ficar a usufruir um pouco mais os lençóis da cama e esperar pela partida mais descansados.

Este foi um dia onde o vento esteve mais uma vez presente, não com tanta força, mas que obrigou o grupo mais uma vez a ter uma condução forçada.

Mais uma vez o que tínhamos a ver este dia era essencialmente obra da natureza.





Chegados a Erfoud, desviámos para Tinerhir e passado meia dúzia de km deparámo-nos com o que já muitas vezes tínhamos visto em fotografia, os poços de água no deserto, “Les Khettaras”. Perfurações feitas pelos povos do deserto, umas com mais de 20 metros de profundidade. São centenas de poços com mais ou menos 1,5m de diâmetro, escavados primariamente na areia, atingindo o subsolo de cascalho, interligados entre si por um estrito túnel com espaço suficiente para caber um homem (que procedeu à tarefa de abrir o buraco) com uma quota de inclinação à qual permite a deslocação de água em direcção aos pequenos oásis. O conjunto destes poços ligados ao túnel, entre a parca nascente e o destino final, vão recolhendo as magras gotas de água que lacrimejam a maiores profundidades, engrossando pacientemente o caudal até à sua chegada ao poço comunitário, tornando assim a sobrevivência em locais tão inóspitos.
















Na hora de almoço parámos num restaurante de estrada mesmo junto à encruzilhada de umas das rotas mais concorridas nesta parte de Marrocos, demonstrado pela quantidade de autocolantes colados nas vitrinas e janelas revelando a passagem de outros grupos de aventureiros como era o nosso. Não podíamos deixar este local sem fazer o registo da nossa presença com a colagem dos nossos autocolantes.





Km à frente e já em Tinerhir e a entra no Vale du Todra, fizemos um pequeno desvio de cerca de 40 km (20km de ida e outros tantos de regresso para chegarmos ao Gorges du Todra (garganta do Todra), um desfiladeiro estreito e com poucos metros de comprimento na sua parte mais estreita. As paredes da montanha atingem os 300 metros de altura.

As Gargantas do Todra são um dos espaços naturais do interior marroquino mais concorridos pelos turismo internacional e nacional. Diante do Hotel Yasmina, juntam-se caravanas de veículos de todo o terreno cobertos pela poeira do deserto, e onde mais uma vez fomos assediados pelos vendedores de qualquer coisa, que se revelaram bastante “chatos”.














Gorges do Dades (gargantas do Dades) foi o seguinte destino.

Para aqui chegar fizemos um percurso no meio de um vale, que veio a transformar-se num belíssimo desfiladeiro, onde o verde da vegetação contrastava com a aridez da montanha, e onde a sucessão e o encadeamento das curvas fizeram destes quase 60km (30 para um lado e outros de regresso ao nosso itinerário principal) fizeram as delícias de muitos de nós, pois fazer este tipo de estrada para nós motociclistas é simplesmente soberbo.

Durante o percurso passámos no meio de pequenas povoações e desfrutámos da grandiosa obra da natureza patente nas estranhas formações rochosas que nos acompanhavam.



Chegados a um miradouro onde podemos ter uma visão fantástica deste vale, apercebemo-nos que tínhamos acabado de circular numa das estradas mais famosas de Marrocos e do mundo.











Com estas paisagens apercebemo.nos que estávamos no sopé do Alto Atlas.

Já na estrada em direcção a Ouarzazate, destino final deste dia, passámos pelos roseirais de El Kelaa M’ Gouna e o Suk Jemis. Aqui se encontram os maiores centros de produção do Atlas, a colheita floral pode chegar às vinte mil toneladas de rosas durante os meses de Maio e Junho. Aqui podemos contemplar a arte da perfumaria, que tem pelo menos seis séculos entre os berberes de Marrocos e o país produz mais de três mil litros anuais de essência de rosas.





A chegada a Ouarzazate foi feita já no final da tarde, e encontrámos uma relativamente pequena, bem ordenada e arranjada e bastante sossegada para o que já vínhamos habituados de outras cidades marroquinas.

Ouarzazate é a Hollywood de Marrocos, e onde foram rodados filmes como o Ben-Hur.



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