5º Dia (segunda feira 18/04/2011)

Midelt – Errachidia – Erfoud – Rissani - Merzouga

Despedidas feitas deste hotel que tão bem nos acolheu, estava na hora de partir.

Este foi um dia de contrastes.

Paisagem de montanha com aridez e vales verdejantes à mistura, a terminar com a areia do deserto, mais propriamente com a do Erg Chebbi.

Neste dia não tivemos muitas paragens para visitas, à excepção das feitas na estrada para contemplar a grandiosa paisagem.

No inicio deparámo-nos com estrada de montanha e alguns planaltos, afinal de contas estávamos a passar pelo Alto Atlas. A neve no topo dos picos avistava-se ao longe e a temperatura era a ideal para um belo passeio de moto com o Sol a acompanhar-nos.

Entre as várias paragens para contemplar a paisagem destacam-se Tifikra, onde vieram ter connosco crianças raparigas da aldeia a pedir cadeaux (bombons), ou canetas, mas tudo com uma simpatia e humildade característica deste povo berbere.

Mais à frente foi num desfiladeiro, de onde do meio das pedras saiu um rapazito com um camelo feito de folha de palmeira para vender, mas também sem nos aborrecer e com muita humildade e simpatia.

Pelo caminho e à passagem das aldeias vimos muitas crianças a andar na estrada, possivelmente a vir ou ir para a escola, e que nos cumprimentavam com grande entusiasmo.

A passagem pela grande reserva de água de Hammat Moulay Ali Cherif foi também outro dos pontos fortes deste dia, onde a cor azul da água contrastava com o amarelo alaranjado da terra.

Logo a seguir e à beira da estrada era altura de almoço.

Outra paragem que fizemos na beira da estrada foi no desfiladeiro de Ziz, para poder contemplar o enorme palmeiral no vale, com a povoação de casas de adobe junto à encosta.

À entrada de Erfoud, a paisagem já mostrava os sinais do deserto e por azar nosso avizinhava-se uma grande tempestade de areia.

Erfoud, é uma cidade organizada como um tabuleiro de xadrez, por questões militares. É ponto de partida para o “Erg Chebbi”, as famosas dunas.

Aproveitámos para uma breve paragem, para umas bebidas frescas e café, repor energias.

À nossa paragem, e quando estacionávamos as motos na rua principal que atravessa Erfoud de uma ponta a outra, fomos logo rodeados por crianças no “crava”, mas situação essa de imediato resolvida, pois parou de imediato um carro com um individuo à civil e que desatou a correr atrás dos miúdos e ainda conseguiu agarrar uns dois. Tratava-se da polícia, e aqui tivemos uma ligeira sensação de que esta nossa viagem estava a ser acompanhada por perto pelas autoridades policiais marroquinas, pois durante o percurso fomos mandados parar pelas mesmas com finalidade de controlo de percurso.

Aqui encontramos uma industria baseada nos fosseis, e em toda a loja que entrámos podemos encontrar os fosseis espectaculares.

Aproveitámos para umas comprinhas, Djellabas, lenços berberes e frascos trabalhados com areia do deserto dentro.

Antes do nosso destino final, Merzouga, passámos pela cidade Rissani, fim da estrada empedrada e início das pistas para o deserto. Para Leste fica a “Hammada du Guir”, um deserto rochoso com fortes tempestades de areia. Esta cidade com bastante movimento mas com características bastante africanas, que nos lembrou que estávamos no Continente Africano.

Aqui foi onde começamos a ver mais pessoas de raça negra.

Os últimos km foram feitos debaixo de uma tempestade de areia, onde o vento obrigou a uma condução forçada e onde muitas vezes deixávamos de ver a estrada, tanta era a areia.

Chegados ao destino, Merzouga, e já no hotel Kasbah Le Touareg, podemos finalmente abrigar-nos desta ventania que se fazia sentir.

Merzouga é um oásis na base das dunas do “Erg Chebbi”.

“Erg Chebbi” é uma cadeia de dunas com cerca de 30km. A maior e a mais conhecida de Marrocos e também pela proximidade com a Europa, é aquele em que a maioria dos adetos do todo o terreno faz a sua estreia nas dunas.

Já que estávamos mesmo ao lado das dunas, a vontade de alguns foi logo de arranjar um meio para ir até às areias. Depois de alguma negociação com o hotel, lá se arranjou um jeep com guia para levar parte do grupo até às dunas, enquanto os outros aproveitaram o final de tarde junto á piscina.

O nosso carro de apoio também participou nesta aventura e levou bem mais barato pelo percurso.

O passeio pelas dunas foi fantástico, e ainda nos aventurámos pelo deserto dentro e fomos dar como uma mina de chumbo explorada de uma forma muito primitiva, e onde os trabalhadores viviam mesmo ao lado em tendas.

O final de dia fez se com um belíssimo jantar no próprio hotel, o serão foi na companhia do Said, berbere de gema, divorciado de uma beirã e cozinheiro num restaurante marroquino no Parque das Nações, isto tudo acompanhado de um belo de um chá de menta.

Aprendemos bastante neste serão à conversa com o Said.

Alguns dos participantes puderam ainda negociar uma ida ao deserto (dunas) de camelo para ver o Sol nascer no dia seguinte.